terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dependência Química...





O que é Dependência Química?


“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício é quando se tem o prazer seguido da dor.”
(Margaret Mead)

Existem pessoas que comem sem parar, outras amam demais, muitas fumam; há aquelas que consomem álcool e outras drogas como maconha, cocaína, heroína. Estão ao nosso redor aquelas que compram por impulso, compulsão, jogam muito e por aí vai. Em comum, são dominadas por um impulso que não conseguem controlar. Especialistas não gostam de utilizar a palavra vício. Preferem falar em dependentes químicos ou vítimas de comportamentos compulsivos - um grupo que desperta crescente atenção da sociedade, de terapeutas, da indústria farmacêutica e de governos. O uso abusivo do álcool e outras drogas, freqüentemente encarado como desvio de personalidade ou falta de caráter é, na verdade, considerado uma doença pela Organização Mundial de Saúde, e afeta tanto o dependente químico quanto sua família. Embora a dependência química seja reconhecida como uma síndrome pela maioria das associações médicas internacionais, e o alcoolismo, declarado como doença pela Organização Mundial da Saúde, ainda hoje no Brasil vigoram polêmicas a respeito.

O primeiro passo, portanto, é compreender que dependência química, como doença que é, deve ser encarada do ponto de vista epidemiológico. O segundo é saber como identificar, conviver e, sobretudo, como ajudar quem se encontra nessa condição de saúde. O terceiro é tratar - e, para isso, é indispensável recorrer aos especialistas - médicos, psicólogos e assistentes sociais - para evitar que mesmo a melhor das intenções acabe agravando o problema. Os sintomas da dependência química, praticamente, são os mesmos para qualquer pessoa. No entanto, a intensidade dos sintomas e a visão que o dependente tem de seu problema são diferentes para cada um. Desse modo, não pode existir um único tratamento que sirva para todos. O que se pode esperar é a cura ou a redução dos danos.

Dependência Química x Fator Hereditário:

Pesquisas recentes nos levam à compreensão dos motivos que levam algumas pessoas a desenvolverem a dependência. Sabe-se que uma parte da resposta se encontra na genética. Cada pessoa tem uma constituição química e genética particular. Isto pode afetar a maneira como uma droga age sobre o cérebro da pessoa. Talvez afete também a velocidade com que o cérebro restabelece seu nível químico depois que as drogas são tomadas. Da mesma forma que a constituição genética leva as pessoas a terem olhos azuis ou castanhos, podem também levá-las a se tornarem dependentes. Por exemplo: mais filhos de alcoólatras tornam-se dependentes de drogas do que filhos de pais não alcoólatras. Quase 95 % dos usuários de cocaína e 80 % dos alcoólatras são filhos de pais dependentes químicos. Mesmo quando os filhos de pais dependentes químicos são separados dos pais na hora em que nascem, eles desenvolvem a dependência química com o mesmo índice alto. Isto é uma evidência que a causa da adicção supera o ambiente do lar. Entretanto, o desenvolvimento da dependência química envolve três características: a base genética, o meio e o indivíduo. Assim filhos de pais dependentes são geneticamente diferentes, porém, só desenvolverão a doença se estiverem em um meio propício e/ou se apresentarem características psicológicas favoráveis.

Dependência Química x Fatores Emocionais:

O modo como a dependência química se instala na vida das pessoas segue, geralmente, o seguinte percurso: o uso de drogas começa na adolescência. As primeiras experiências envolvem o uso de cigarros, álcool, maconha e outras substâncias. Em seguida, a pessoa passa a usar estas substâncias esporadicamente, depois o faz de modo sistemático. Instalada a dependência, os interesses se voltam progressivamente para a droga, o que acaba por influenciar áreas importantes da vida da pessoa. Muitas destas pessoas atribuem sua dependência às dificuldades experimentadas, quando o que acontece é exatamente o contrário. Além disso, em situações mais graves, a pessoa pode passar a cometer crimes para obter a droga. Estudando psicologicamente a formação de hábitos, veremos que, como comprovam estudos experimentais de psicólogos comportamentais, todos os comportamentos reforçados por uma recompensa positiva (agradável) tendem a ser repetidos e aprendidos. As futuras e sucessivas repetições tendem a fixar não só esse comportamento que conduz à recompensa mas, também, pode fixar os estímulos, sensações e situações eventualmente associados a esse comportamento. Os usuários de drogas referem, por exemplo, que ao ver certos lugares ou pessoas, ao ouvir certas músicas, etc, experimentam grande vontade de usar a droga. A psicologia social identifica elementos importantes que podem estar envolvidos na falta de autocontrole para o consumo de drogas, bem como em outros comportamentos descontrolados, tais como fazer apostas, comer de forma compulsiva, entre outros.



 Características do usuário de Drogas:

1 - O usuário de drogas geralmente apresenta comportamento impulsivo, não tem paciência em esperar que as coisas aconteçam normalmente. A ação e o efeito rápido provocado pelo uso de drogas substitui a ação normal dos fatos;
2 - O dependente apresenta incapacidade de enfrentar problemas, frustrações, e muitas vezes recorre às drogas para enfrentar a angústia, de forma a buscar sempre a gratificação imediata, pois não aprendeu a controlar o impulso com o pensamento;
3 - Geralmente usa de alguns mecanismos para com as pessoas, de forma a manipulá-las;
4 - Se ilude a respeito de sua condição e nega a realidade, não admite a dependência química, acha que pára quando quiser e consegue controlar o uso de drogas;
5 - Justifica seus comportamentos insanos, negando a realidade e a causa do comportamento, que é a droga;
6 - O indivíduo minimiza o problema, levando a se iludir sobre sua própria condição;
7 - Projeta suas dificuldades nas outras pessoas, e vê características dos seus comportamentos nos outros, de forma que as pessoas que o rodeiam são o problema.

Usos de substância químicas na Gestação:

De acordo com a psicóloga Denise Mendonça de Melo, o desenvolvimento humano ocorre durante toda a vida, iniciando-se já durante a gestação. A psicóloga baseia-se em estudos que enfatizam que acontecimentos de uma etapa da vida influenciam os que virão depois, afetando também os próximos. Assim sendo, tomar ou não alguns cuidados durante a gravidez pode influenciar toda a vida de uma pessoa.
Desta forma, se uma gestante faz uso de substâncias que geram dependência química durante a gravidez, tanto a mãe, quanto o feto em desenvolvimento, sofrem as conseqüência do uso das drogas.

Saúde da Gestante:

Mulheres grávidas dependentes de substâncias químicas apresentam risco elevado para doenças sexualmente transmissíveis (como infecção pelo HIV), hepatite, anemia, tuberculose, hipertensão e pré-eclâmpsia. Além disso, dependendo do tipo de droga que a gestante faz uso, pode apresentar maior risco para abortos espontâneos, placenta prévia e trabalho de parto precoce ou prolongado, além de complicações de outras condições clínicas como é o caso de hipertensão em dependentes de cocaína.

Desenvolvimento Fetal:

Segundo artigo apresentado na revista médica Neuropsiconews, algumas drogas, incluindo os opióides, cocaína e álcool, atravessam a placenta e afetam diretamente o feto. Isso pode ocorrer em qualquer período da gestação, mas é particularmente provável durante o terceiro trimestre, quando o fluxo sangüíneo materno fetal e as taxas de transporte placentário estão aumentadas. A placenta pode deslocar antes, um dos vários fatores causadores do número crescente de partos prematuros. O feto pode ainda apresentar risco mais elevado que a média para defeitos congênitos, problemas cardiovasculares, comprometimento do desenvolvimento e crescimento, prematuridade, peso baixo ao nascimento e óbito.
Após o parto, o neonato pode apresentar abstinência da droga, que pode ser de difícil reconhecimento, particularmente se o pediatra não conhece o diagnóstico da mãe.

Entretanto, é importante lembrar que os cuidados quanto ao uso de substâncias que geram dependência química antes e durante a gestação devem ser tomados também pelo pai. Nesse sentido, a psicóloga Denise Mendonça de Melo, ressalta que a exposição de um homem a chumbo, a certos tipos de pesticida, uso de maconha, cigarro, grandes quantidades de álcool e radiação pode resultar na produção de espermatozóides anormais. O uso de cocaína por parte do pai também pode causar defeitos congênitos nos filhos. E, somado a tudo isso, a fumaça do cigarro do pai pode ser prejudicial tanto para a mãe quanto para o feto, fazendo com que os bebês tenham baixo peso ao nascer ou até mesmo desenvolvam um processo cancerígeno no decorrer da vida.

Fonte: Neuropsiconews – SBIPM.

GRANDE ORIENTE DE PERNAMBUCO – GOPE
Dr. Marcelo Braga Sobral – Psicólogo/Grão Mestre
Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida
Dr. Hailton Arruda - Coordenador Estadual

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Orientações:

1º. Não coloque seu e-mail e faça suas observações;
2º. Expressões chulas, palavrões, afrontas e qualquer outras palavras demeritória, sofrerá restrições;
3º. Críticas de qualquer nível serão acatadas inclusive, sugestões - é preferível que para cada crítica tenha duas ou três sugestões;
4º. Não registre seu telefone (celular), para sua melhor conveniência para esse tipo de contato, use e-mail.
5º. Conto com vc e seja bem vindo!
6º. Caso o BLOG não tenha sido o que você esperava, dê sua sugestão de melhora citando dentro da proposta temática o que dsejaria encontrar.
7º. Grato por seu apoio e contribuição.