sábado, 31 de outubro de 2009

O que é (ou o que são) Drogas: Conceituação.

Em linguagem médica, droga é sinônimo de medicamento. O termo droga teve origem na palavra holandesa “droog” que significa folha seca; isto porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais.

Atualmente, a medicina define droga como sendo qualquer substância que seja capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Assim, qualquer medicamento é uma droga, mesmo a inofensiva aspirina. Por isso que não se deve auto-medicar, pois os medicamentos podem nos curar em uma certa dosagem (que apenas o médico pode determinar de acordo com cada caso, pois cada organismo reage de uma forma) ou pode também nos fazer muito mal.

Com relação às drogas que descreveremos abaixo, são chamadas de psicotrópicas, ou seja, que atuam no nosso cérebro, alterando de alguma maneira o psiquismo. Estas alterações dependem do tipo de droga que ingerimos como veremos a seguir. Ensinar um filho a não usar drogas não é tão simples quanto ensiná-lo a amarrar os sapatos. Você não vai encontrar nenhum manual com um método prático e infalível para resolver o problema, mas pode fazer algumas coisas.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, têm mais chance de usar drogas as pessoas mal informadas sobre o assunto. Muitos dos usuários de crack, por exemplo, não sabiam que ele causava danos cerebrais irreversíveis quando experimentaram a droga pela primeira vez. Muito menos que essa é uma das drogas de maior poder viciante. Fazer com que seu filho tenha informações já é um passo!


Palestrantes:
Ir. Marcelo Braga Sobral - Grão Mestre e Psicólogo
Ir. Hailton Arruda – Mj PMPE
Ir. Ielves Camilo – Facilitador.
Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida.

Tratamento


A dependência química é uma doença que necessita de cuidados médicos e doença não se vence, trata-se. É muito comum que os dependentes recusem-se a procurar um tratamento, acreditando que isso seja a demonstração de sua fraqueza ou incapacidade de superar seus problemas de forma auto-suficiente. A verdade é que abandonar uma droga à qual o indivíduo está dependente, não é uma questão apenas de força de vontade, pois o uso freqüente da droga provoca uma real alteração no organismo do usuário e por isso precisa ser tratada. É claro que a contribuição do paciente é necessária, como em qualquer outra doença. É a hora de ser honesto consigo próprio.

O tratamento se faz necessário aos usuários que, apesar das consequências negativas do consumo, não conseguem abandonar espontaneamente o uso, ou seja, quando o usuário não consegue reconhecer os danos causados pela dependência química em sua vida. Pode-se então recorrer à terapia ou tratamento ambulatorial que irá durar de acordo com o grau de severidade da dependência, o quadro clínico e os problemas psicossociais.
No caso de ser necessário uma internação - nem sempre é - é bom ter claro que esse recurso não é uma punição pelos ´`pecados´` cometidos e sim uma forma de se conseguir a abstinência do modo mais eficaz e menos doloroso.

Na internação, o paciente passa por uma fase de desintoxicação, faz terapia para tentar entender o que o leva à droga, convive com pessoas que tem problemas semelhantes aos seus e realiza estudos de filosofia de vida, valores do Homem ou espiritualidade. Algumas clínicas utilizam como recurso de tratamento o trabalho na terra ou atividades de marcenaria que ajudam o paciente a entrar em contato com seus sentimentos e a resgatar o vínculo consigo próprio através de sua produção.

Após o período de internação, é recomendável que o usuário freqüente grupos de auto-ajuda, onde há trocas de experiências pessoais, o que propicia ao usuário um melhor entendimento do que está acontecendo com ele. Ou então, que procure tratamento ambulatorial, realizados através de reuniões e consultas médicas e psicológicas, podendo ser em grupo ou individuais. Afinal o mais difícil não é alcançar a abstinência e sim manter-se abstinente pois ao sair de uma internação, o paciente se depara com os velhos problemas e dificuldades que são próprios da vida, o que poderá lhe provocar vontade de procurar a droga.

Em alguns casos, o uso de drogas pode causar distúrbios psíquicos severos, sendo então necessária a utilização de um medicamento por um tempo determinado que retire esses sintomas.

A família do dependente é, muitas vezes, afetada pelo problema, ou até promove recaídas do usuário sem perceber. Assim, é importante que as pessoas que convivem com o dependente também passem por um tipo de tratamento, que na verdade se aproxima mais de uma orientação, para aprender a lidar com a situação e trabalhar os sentimentos que aparecem como culpa, impotência etc. Algumas clínicas se encarregam de encaminhar a família para grupos de auto-ajuda formados por familiares de dependentes. Outras, promovem elas mesmas, encontros com os familiares, sendo isto, parte do tratamento.
Palestrantes:

Ir. Hailton Arruda - Coordenador.
Rev. Ielves Camilo – Facilitador.
Recife/PE – 2009.
Contato: gopeprevencaope@hotmail.com

Comente a Charge e fale de sua esperiência com o vício (Por favor registre sua idade, Cidade/Estado, há quanto tempo é dependente e iniciais do nome).


" Um vício custa mais caro do que manter uma família".
(Honoré de Balzac)

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Depoimentos: Vítimas do Vício (Nomes preservados).


Depoimento nº1



"Meu uso de drogas começou aos 13 anos de idade. Por curiosidade, experimentei maconha, que além de aceita pelo meu organismo, gostei do efeito. Deixava-me desinibido e comunicativo. Após um ano de uso, comecei a usar cocaína, pois meu organismo estava mais tolerante e a maconha passou a não ter o mesmo efeito.

Comecei a trabalhar e meu salário era só para o uso de drogas. Não dormia direito e nem me alimentava. Só me drogava. Com 5 anos de uso já estava mais que claro para todos na empresa que havia algum problema comigo, notaram um desinteresse e a minha fisionomia transparecia algo de errado, eu abri o jogo e falei que estava precisando de ajuda, então me internaram em uma comunidade. Depois de 3 meses saí,mas não admitia que não poderia mais ficar louco pelo resto da vida. Então pensei em só beber, mas uma semana depois de ter bebido eu usei maconha e cocaína. E assim foi por quatro meses. Quando cheguei perto da loucura, vendo bichos e pessoas correndo atrás de mim, decidi pedir ajuda novamente. Estava com muito medo de morrer.

Novamente fui internado e saí depois de 100 dias, mais consciente sobre a doença, consegui ficar 4 anos sem usar nem beber, mas continuava a freqüentar os mesmos lugares e a sair com as as mesmas pessoas. Resultado: voltei a usar. Daí em diante o mundo acabou, voltei a usar o dobro e conheci o crack. Perdi tudo o que consegui no período de abstinência em poucos meses. Perdi o emprego e roubei para conseguir drogas. Meu pai abriu uma conta conjunta comigo, pois estava doente e não podia se locomover. Quando ele morreu, não tinha dinheiro nem para enterrá-lo, uma poupança de 33 anos de trabalho estava nas mãos de traficante. Me culpei muito por isso e me afundei mais ainda nas drogas. Destruído física e moralmente, não conseguia pedir ajuda, mas graças a Deus, um amigo que teve o mesmo problema e estava em recuperação,conseguiu uma clínica onde fiquei um ano e três meses.

Hoje, estou trabalhando, tenho novos amigos e não freqüento lugares que freqüentava antes. Estou sempre participando de grupos de auto-ajuda que são pessoas que tiveram problemas com drogas e se reúnem para partilhar suas dificuldades e assim se ajudarem, mostrando pra si que é possível viver sem drogas, que temos capacidade de enfrentar as dificuldades sem ter que fugir para um mundo de ilusões (drogas). A minha esperança é poder transmitir à outras pessoas que é possível ser feliz sem as drogas através de minha condição. Hoje, uma melhor qualidade de vida é minha luta, com fé em Deus conseguirei ser livre. Só por hoje para sempre.


M.A.S.,27anos





Depoimento nº2


"No mês de agosto de 2000 vai fazer um ano que parei de fumar cigarro- uma droga socialmente aceita, assim como a bebida. Fumei por cerca de 20 anos, sendo que nos últimos cinco anos já estava pretendendo parar e tinha diminuído bastante o uso de cigarro.

Na minha família ninguém fuma. Cheguei a usar aqueles adesivos, mas não deu certo, pois o produto me causou mau estar. Um dos fatores que me levou a diminuir o cigarro foi o fato de não poder fumar na sala de trabalho, na época no Prédio Central.

Mas, esse vício é realmente difícil de largar. Somente no ano passado, com muita firmeza e oração a Deus e Jesus Cristo eu consegui me libertar deste vício. Hoje eu percebo como o cheiro e o gosto do cigarro são ruins. Já não posso ficar perto de fumantes, incomoda."


M. W.





Depoimento nº3


"Tenho quarenta nove anos e estou casada a vinte e dois. Menu relacionamento com meu marido é muito bom, baseado no respeito mútuo e no amor que sentimos um pelo outro. Juntos constituímos uma família com base sólida, dentro dos princípios cristãos. Embora vivendo nesta harmonia, há mais ou menos cinco anos, nos deparamos com a droga fazendo um estrago violento na nossa vida. Meu filho, até então atuante na comunidade, brilhante em toda sua trajetória,terminando o segundo grau, passou a agir de forma não condizente ao que estávamos acostumados. Seus "amigos" que freqüentavam nossa casa não eram mais os mesmos, o diálogo dentro de casa, enfim...nossa vida estava se transformando completamente; a droga já havia tomado conta dela; a cada dia ele se afundava mais no emaranhado que havia escolhido. Sofreu dois atentados, dos quais ainda guarda uma bala como lembrança. Passamos a viver manipulados por esse filho, quase sem vida própria, não podíamos dormir, sobressaltados a cada toque do telefone, a cada sirene de resgate ou polícia que passasse.


Através de uma conhecida, que tempos atrás viveu pessoalmente os horrores da droga e hoje em recuperação há mais de dez anos, viemos a saber da existência do grupo Amor Exigente, que passamos a freqüentar.

Nas primeiras reuniões, a sensação de estarmos nos expondo a pessoas até então desconhecidas nos incomodava, mas com o passar do tempo percebemos a importância de estarmos ali, partilhando dos mesmos problemas e buscando soluções para eles.


Seguindo todas as orientações que aprendíamos no grupo, fomos aos poucos obtendo resultados satisfatórios com nosso filho, que passou a se comportar de modo diferente, voltando a nos respeitar e a se valorizar, até que conseguiu abandonar as drogas e nos dar alegrias que considerávamos perdidas.
Trabalhamos com a possibilidade de uma recaída a qualquer momento, mas como Deus nos deu forças para suportar o pior, tenho certeza que mesmo que isso venha a ocorrer será mais fácil para nós e para ele, uma vez que sairemos dela mais fortalecidos, porque fé e perseverança não nos falta.

A. A. S. D.





Depoimento nº4

"A maioria dos jovens tem grande curiosidade por experimentar e vivenciar coisas novas e emocionantes. Nós queremos novas sensações, aventura, prazer, mas acima disso, queremos ser aceitos. Muitos de nós não nos sentimos aceitos sendo nós mesmos. Então a única solução parece ser mudar, se transformar em alguém que pareça ser legal, na tentativa de fazer com que os outros gostem mais da gente. Esta transformação pode variar desde um corte de cabelo diferente, até uma mudança de hábitos da pessoa.


Falando de mim, sempre detestei a sigla CDF; tinha medo de parecer um; então fazia coisas pra mostrar aos outros que eu não era. Muitas vezes isto incluía discutir ou brigar com algum amigo, e até mesmo o uso de drogas como o cigarro e a bebida. Analisando com calma é fácil identificar essa necessidade de uma auto-imagem diferente na época em que comecei a fumar.


Aos 11 anos, eu roubava alguns "Marlboros" da empregada que trabalhava em casa, e me sentia muito bem em fumá-los em festinhas de meus colegas. Eu fumava aqueles cigarros e me sentia especial, como se em um instante eu deixasse de me sentir inferior, e começasse a me achar melhor que os outros, ou pelo menos igual àqueles caras dos quais eu tinha inveja. Haviam vários caras que faziam com que eu me sentisse inferior, pois eles tinham a atenção das garotas, eram populares, etc. Quando eu fumava um cigarro parecia que essa sensação ia embora.


Esta, com certeza era a pior coisa que eu poderia fazer na tentativa de resolver meu problema, pois além de não resolvê-lo, eu, sem saber, estava criando um problema bem maior: a dependência. No começo eram um ou dois cigarros em festas, esporadicamente, mas eu fui me acostumando com a sensação de prazer que o cigarro me dava e, quando percebi, já estava fumando todos os dias. O alcool veio praticamente na mesma época, mas com uma diferença: ele realmente parecia resolver em definitivo meus problemas. Por exemplo, quando eu estava preocupado com algo errado que tinha feito eu bebia, e em poucos instantes já estava mais alegre me sentia bem, sem nem pensar nos meus problemas.


Agora estava concluída a primeira fase, onde meus vícios estavam começando a nascer. Daí por diante a coisa começou a acontecer cada vez mais rápido. Em uma viagem para Porto Seguro- BA, eu experimentei pela primeira vez maconha. E gostei do que eu senti, pois além do barato que dava, eu arrumei "amigos" ainda mais "legais";finalmente eu estava me sentindo um cara legal. Parecia mágica! Quando voltei pra São Paulo logo percebi que algumas pessoas fumavam a erva. Isto foi motivo pra que eu entrasse na turma.


O tempo foi passando e eu fui fazendo mais "amigos" desse tipo. Perto de casa morava um cara que era mais velho, e me parecia "legal". Numa noite eu fui até a pracinha pedir pra dar uns dois, e ele prontamente me passou o banza. O fato de eu fumar, além de "me deixar nas nuvens", ainda me trazia novos "amigos". Parecia que eu realmente havia encontrado a solução.


O outro lado da coisa já estava incomodando meus pais; por exemplo, o fato de eu repetir pela primeira vez. É, eu fui reprovado ao cursar o primeiro colegial, mas isso não me preocupava, pois estava muito ocupado com meus "amigos" e com as correrias que eu fazia para conseguir mais bagulho. Eu já estava viciado, mas não sabia. Nesta época eu já estava cheirando bensina, com aquele meu ''amigo''da pracinha. Uma vez eu fui na casa dele, pois ele disse que ia por um "baseado" pra gente fumar. Mas quando cheguei lá, ele me disse que estava sem. De repente chegaram uns outros caras, e todo mundo subiu para o quarto; e começaram a preparar algo. Eles estavam fumando crack! Fiquei muito curioso e com vontade de experimentar. Foi o que fiz. Na época eu tinha dezessete anos, e nunca havia usado cocaína. Eu gostei tanto do efeito do crack que tive medo de me viciar, então eu resolvi nunca mais fumá-lo.
Depois disso eu experimentei cocaína, e me tornei com o tempo, um usuário de coca. Daí em diante eu comecei a conhecer todos os tipos de drogas; e eu realmente gostava daquela vida; o pior é que eu não enxergava que eu estava em um caminho sem futuro. Os problemas aconteciam, mas eram toleráveis, como repetir de ano, passar a noite fora de casa, etc.


Só me dei conta do meu problema quando eu fiquei um mês sozinho e com dinheiro no bolso. Eu tinha alguns colegas que passavam bagulho e comecei a andar com eles, me afundei na "pedra", e meu estado ficou crítico. Só quando minha mãe voltou da viagem é que a coisa apareceu. Meus pais me internaram a força em uma psiquiatria, e daí então eu percebi que havia algo de errado comigo. Depois de passar dez dias internado, resolvi fazer uma outra internação; só que esta não incluía medicamentos psicotrópicos. Nesta outra clínica eu conheci os doze passos. Percebi que o que eu tinha não era nem falta de vergonha e menos ainda uma índole ruim. Eu descobri que era, e sou portador de uma doença chamada adicção. "Esta é uma doença que não tem cura, mas que pode ser detida em algum ponto e a recuperação então é possível" (Livro Azul de Narcóticos Anônimos). Hoje, depois de algumas recaídas, me encontro em recuperação novamente; e desta vez estou a mais de um ano sem beber ou usar outras drogas, pois sei que para mim ''uma é demais e mil não bastam". É isso aí, sou totalmente alérgico à qualquer tipo de droga.


Por outro lado minha vida nunca esteve tão boa e eu nunca me senti tão feliz. Sou capaz de fazer muitas coisas boas, ajudando a mim e aos outros.Essa vida, que eu conquistei, eu desejo a todas as pessoas que tem problemas com drogas. As drogas não são um caminho sem volta, mas ''a adicção é uma doença progressiva, incurável e fatal". Não se iluda: o verdadeiro prazer da vida não está nem em um cigarro nem em uma garrafa. O verdadeiro prazer está disponível pra todos nós, todos os dias. Basta que nos esforcemos em fazer coisas boas e produtivas, pra nós e pros outros.
Dedico este depoimento a todos os portadores da adicção, que sabem e que não sabem da sua doença; que nenhum adicto precise morrer usando sem conhecer a beleza de viver limpo.


Anônimo





Depoimento nº5


"Eu vou confessar... o que me fez largar as drogas... Desde criança eu visitava a biblioteca da minha cidade, no interior de São Paulo. Minha família não tinha muito dinheiro para comprar livros e materiais de papelaria, que era uma coisa que eu adorava! Quando entrei na escola, eu achava tão pouco estimulante aquela "cartilha"(onde aprendíamos o bê a bá); não era muito colorida, não tinha muita gravura... A escola era meu mundinho! Os professores tinham acesso aos livros, que a minha família não podia comprar e não se interessavam em comprar! E assim foi... nunca repeti de ano! Embora não fosse "aquela" aluna CDF! Eu gostava mais da escola em geral, das relações, das conversas, das brincadeiras,das viagens, do que das aulas: da conta de matemática, dos puxões de orelha, da falta de respeito dos professores com os alunos.


O tempo foi passando... fiz segundo grau, uma tatuagem e a faculdade. A idéia sempre foi a mesma, o universo acadêmico me fascinava! Só que nisso eu conheci as drogas... Uma festa aqui! Uma cerveja ali! Um baseado aqui! Um uísque ali! Um baseado aqui! Uma festa ali! Um LSD aqui! Uma viagem ali! Um vinho aqui! Um lança perfume ali! Uma viagem aqui! Uma vodka ali! Uma festa aqui! Um cigarro aqui! Uma pinga ali! Um cigarro aqui! Um churrasco ali! Um baseado aqui! Uma viagem ali! Uma festa aqui! O tempo foi passando... acabei a faculdade, arrumei um trabalho voluntário no lugar que sonhei desde criança! Só que nisso eu continuei com as drogas... Um baseado aqui! Um baseado ali! Um cigarro ali! Um baseado aqui! Uma tatuagem aqui! Uma vodka ali!Um baseado ali! Uma vodka aqui! Um baseado ali! Um tiro de cocaína aqui! Uma pinga ali! O tempo foi passando... passaram 10 anos!!!


Chegou um dia, eu vim fazer pós graduação na ESALQ-USP,o universo acadêmico ainda me fascinava! Eu já estava com 27 anos... tendo vivido muitas experiências, viajado muito e conhecido muitas pessoas! E as drogas continuavam... Foi quando eu comecei a resgatar meu sonho de criança! Fui descobrindo aos poucos que a motivação da minha vida, apesar do uso da droga, era o desejo de conhecer... Que esse desejo era a razão da minha luta, do meu esforço, da minha busca cotidiana! Esse despertar refere-se a um longo processo, não foi do dia para a noite! Várias pessoas participaram dessa conscientização que é lenta e dolorida!

Como afirmou Paulo Freire (1989) "a história é feita pornôs e nos faz. Ela não é um poder que faz a si mesma e a nós, ela é feita por nós. O poder dela está em que, sendo feita por nós, nos faz e nos refaz". Fui aos poucos, assumindo o fato de que eu estava fazendo pós graduação, que eu já conhecia os caminhos que levavam até o conhecimento! Fui descobrindo que apesar das minhas fraquezas, eu havia me transformado naquilo que na infância parecia ser apenas um desejo!

Que eu havia me transformado em uma intelectual (que estuda e que cria métodos para tirar os humanos da escuridão da ignorância, da sombra que os aprisiona na caverna, segundo Platão). Já não era mais o momento de só receber dádivas de Deus, mas chegava o momento de devolver à sociedade o que eu tinha demais precioso: os caminhos que levam ao conhecimento! Assim eu dei, como apoio de muitas pessoas "o cheque mate" nas drogas e hoje estou procurando assumir a postura de uma guerreira sem máscaras e sem ilusão! A partir dessa decisão, tudo teve que mudar... os hábitos alimentares, o apoio de exercício físico, de meditação, de jejum, de assuntos sadios e principalmente a mudança no círculo de amizades!

Estar aqui relatando esse processo, é como reaprender a vida! Apesar dos 10 anos usando drogas, não abandonei o lugar do meu sonho. E ao voltar para si mesma, antes de falar entendo que eu devo viver, para depois falar! Nesses 10 anos estive fazendo história, conhecendo coisas, reconhecendo o que já conhecia. Mas hoje sinto que estou como afirmou Mao Tsé Tung: "ultrapassando esse conhecimento que se fixa ao nível da sensibilidade dos fatos conhecidos, para alcançar a razão dos fatos". Hoje eu me sinto feliz, como se eu tivesse nascido de novo, com as ferramentas e experiências que adquiri ao longo da minha trajetória, porém com a lucidez que me foi concedida desde o ventre de minha mãe!

As pessoas que hoje pretendo pedir perdão e ao mesmo tempo agradecer, são completamente diferentes umas das outras: não fizeram a mesma faculdade, não moram na mesma cidade, não professam a mesma fé e não tem a mesma idade! No entanto, de alguma maneira todas elas tocaram o meu coração... e contribuíram com esse processo de reaprender a vida! "Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que fazem. Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz a fim de que a luz mostre que obedecem a Deus naquilo que fazem" (João3, 20-21).

Anônimo






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Sugestões de Leituras e Vídeos:

I. Para Família e sobre Vida Familiar:

1. PAI, um homem de valor - Hernandes Dias Lopes/Editora: HAGNOS;
2. Oficina de Casamentos - Adão Carlos Nascimento/Editora: SOCEP;
3. Discipulando Casais - Paulo Solonca/Editora: SOCEP;
4. Casados & Felizes (Não permita que seu casamento vire uma Mala sem alça) - Hernades Dias Lopes/Editora: HAGNOS;
5. Casamento, Divórcio e Novas Núpcias - Hernandes Dias Lopes/SOCEP;
6. O que as crianças (realmente) precisam que o dinheiro não compra - Betsy Taylor/Editora: SEXTANTE;
7. O Drama de Absalão - Cáio Fábio e
8. Família em Alta Perfomace - Içami Tiba/Editora: Integrare.

II. Drogas e Família:

1. Juventude & Drogas: Anjos Caídos - Içami Tima/Editora: INTEGRARE;
2. Quem Ama Educa - Içami Tiba;
3. Revista Maçonaria Contra as Drogas - A Favor da Vida/Editora: GOB.

III. Auto Ajuda/Auto Conhecimento:

1. Quem Ama não Adoece - Dr. Marco Aurélio/Editora: BEST SELLER;
2. Sem Medo de Vencer - Roberto Shiniashiki/Editora: GENTE e
3. O Corpo Fala - Pierre Weill/Editora: Vozes;
4. Inteligência Emocional - Daniel Goleman/Editora: OBJETIVA;
5. Saber Cuidar - Leonardo Boff/Editora: VOZES.

IV. Pedagógicos/Psicopedagógicos:

1. Novas Competências para Ensinar - Philppe Perrenoud/Editora: ART MED;
2. Estratégias de Ensino e Aprendizagem - Juan Diaz Bordenave/Editora: VOZES;
3. Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização - J. Libâneo/Editora: CORTEZ;
4. Didática/ José Carlos Libâneo/Editora: CORTEZ;
5. Educando o Profissional Reflexivo: Um novo Design para o ensino e aprendizagem/Editora: ART MED.

V. DVds, Documentários e Filmes: Família, Drogas e Padagógicos:

1. Meu nome não é JOHNNY - Selton Melo (Filme);
2. Falcão: Meninos do Tráfico - MV Bill e Celso Athaide (Documentário);
3. Vem Dançar - Antonio Bandeiras (Pedagógico);
4. Desafiando Gigantes (Família, Fé);
5. Escola da Vida - Ryan Reynods (Pedagógico);
6. Alcoolismo: Como saír dessa? - Documentário/Palestra - Produzido pela PAULUS;
7. Eu, Cristiane F: Drogada e Prostituida (Filme);
8. Drogas Nunca Mais (Documentário/Palestra) - Produção PAULUS;
9. Juízo: O Maior exige do menor (Documentário/Depoimentos - detenção de menores).
10. Treinador - Samuel El Jacksom (Filme Pedagógico) e
11. A Volta dos Bravos - Samuel El Jacksom (Família e Drogas).
12. Verônica - Andréa Beltrão/Marco Rica (Pedagógico) e
13. Conexão Jamaica - Kimani Marley (Família e Drogas).

Pare e Pense: "Pais podem falar o quanto quiserem, mas só irão ensinar quando praticarem o que pregam". (Arnold Glasow).


Observações:

- Se puder deixar sua sugestão de novos filmes como contribuição, agradecemos. Se desejar criticar, opinar e deixar sua impressão, será bem aceito.

- Este BLOG é seu e por sua causa foi que ele foi produzido. Se desejar, indique-o para um amigo, família ou colega de trabalho.

- Se por acaso, gostou das leituras ou dos vídeos, deixe seu registro, opinião e impressão. Contribua conosco. Inclusive, com novas sugestões.

- Se desjar se comunicar, mande um e-mail para: familianet.com@hotmail.com - Teremos o maior prazer em atendê-lo.

Um grande abraço e fique com Deus!

Governo Familiar : Preservando a Família – Conforme o Lívro da LEI.


Rev. Ielves Camilo


Texto: Gênesis: Cap. 18:19.


"Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado" .


Introdução: Mesmo como ministro do evangelho, fica difícil não indignar-se com as últimas notícias divulgadas pelos meios de comunicação em nosso país (com repercussão internacional).

O valor da família (da vida família e da convivência sadia, respeitosa e com toda as implicações ética e moral), tem sido mitigado, esquecido, desvalorizado e relegado ao último plano. Uma relação marginal se estabelece, a partir de uma necessidade (?) relacional, cheias de mazelas, conflitos cármicos e as mais variadas esquisitices do ser, debaixo de um mesmo teto, sob a pseudo-alegação de matrimônio ou vida conjugal.

Ao longo do tempo (o melhor referencial), esquecemos do valor da relação e damos lugar a autopromoção ( a busca mesquinha de desejos, sonhos e realização), sem a participação essencial do(a) parceiro(a) e em especial, a participação dos filhos (quando os tem).

Cheios de egoísmo, olhamos para nós como se o outro fosse o nosso maior empecilho ao crescimento e as realizações - até mesmo quando a união foi fruto de um momento avassalador da paixão, dando lugar a uma família não planejada, e deixamos aflorar o mais animal existente em cada um de nós. Sandices, irracionalidade, aberrações e animalidade relacional são é poucos diante do conseqüente afastamento de Deus.

Nas escrituras (bíblia), na referência acima citada, capítulo 18 e no versículo 19, traz-nos uma lição para todos os tempos. A despeito de haver sido escrito há muitos anos, gostaria de compartilhar algumas lições (pelo menos três) expostas no sagrado texto e vos conduzir:

Ha três coisas muito importantes nestas palavras:

1) Que Abraão usou sua autoridade paterna no governo de sua família.

"Que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele". Ele não considerava suficiente orar por eles, ou ensiná-los, mas usou a autoridade que Deus deu a ele- ele os governou.

2) Que ele cuidava de seus servos tanto quanto de seus filhos. Em Gn. 14:14, nós aprendemos que Abraão tinha 318 servos nascidos em sua casa. Ele viveu no tempo patriarcal, como os árabes do deserto atualmente. Sua família era muito numerosa e mesmo assim ele não diz: "eles não são meus". Ele ordenou seus filhos e sua casa.

3) Seu sucesso: "para que guardem o caminho do Senhor ". É comum dizer que os filhos de bons homens tornam-se maus. Bem, aqui está um bom homem, e um bom homem cumprindo seu dever para com seus filhos; e aqui está o resultado. Seu filho Isaque era provavelmente um filho de Deus desde sua tenra idade. Existem marcas disto em sua vida. E que deleitosa espécie de crente, piedoso foi o servo Eliezer! (Gn. 24)

É dever de todos os cristãos governarem bem suas casas.


I - A fonte deste dever.

1) Amor pelas almas. A medida que o homem não cuida de sua própria alma, ele não cuida das almas de outros. Ele pode ver sua mulher e filhos vivendo em pecado, indo para o inferno, e ele não se importará. Ele não se preocupa com missões, não sustenta missionários. Mas no momento que os olhos dele são abertos para o valor de sua própria alma, ele começa a cuidar das almas dos outros. A partir deste momento ele amará a causa missionária. Ele, de boa vontade, separa um pouco para enviar o Evangelho para os judeus e os hindus que perecem. Ele começa a cuidar da Igreja em casa; seus próximos, todos vivendo em pecado. Como o maníaco de Decápolis, ele publicará o nome de Jesus onde ele for. E agora, ele começa a cuidar de sua própria casa. Ele dirige seus filhos e sua casa depois dele. E você? Você governa bem sua própria casa? Você adora a Deus, pela manhã e ao anoitecer, na sua família? Você lida com seus filhos e servos no tocante a conversão deles? Se não, você não ama suas almas. E a razão é que você não ama a sua própria. Você pode fazer qualquer profissão externa que lhe agradar; pode participar dos sacramentos, falar sobre seus sentimentos, mas se você não se empenha para a conversão de seus filhos, tudo isto é mentira. Se você porém, sentisse a preciosidade de Cristo, você não conseguiria olhar suas faces sem um desejo pungente que eles sejam salvos. Como Raabe em Josué 2:13.

2) Desejo de usar seus talentos para Cristo. Quando um homem vem a Cristo, ele sente que não pertence mais a ele mesmo (1 Co. 19). Ele ouve Cristo dizer "Negociai até que eu venha". Se ele é um homem rico, ele usa tudo para Cristo, como Gaio. Se é um homem letrado, ele usa isto para Cristo, como Paulo. A autoridade paterna é um talento, a autoridade de senhor é outro, pelo uso dos quais os homens serão julgados. Ele os usa para Cristo também. Ele dirige seus filhos e sua casa depois dele. E você? Você usa estes talentos para Cristo? Se não, você nunca se deu a Ele; você não é dEle.


II - Exemplos bíblicos:

1) Abraão. O mais eminente exemplo disto - o pai de todos os crentes. Você é filho de Abraão? Então ande em seus passos sobre este assunto. Onde Abraão esteve, ele construiu um altar para o Senhor.

2) Jó. Em cada aniversário de seus filhos, Jó ofereceu sacrifício, de acordo com o número de todos eles (1:5)

3) Josué. "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor". (24:15)

4) Eunice. Desde criança o pequeno Timóteo conheceu as Escrituras; e a razão para isto, você entende quando lê da fé de sua mãe Eunice (2 Tm. 3:15; 1:5). Assim foi na Escócia nos dias de nossos pais; e se quisermos ver a Escócia de novo como um jardim do Senhor, deve ser pelo reavivamento do governo familiar.


III - Como fazê-lo.

1) Adore a Deus na sua família. Se você não adora Deus na sua família, você está vivendo em pecado indiscutível; pode ter certeza que você não está cuidando das almas de sua família. Se você negligencia servir o alimento para seus filhos comerem, não diriam que você não cuida de seus corpos? E se você não guia seus filhos e servos aos pastos verdejantes da Palavra do Senhor, e a buscar a água viva, está claro que você não cuida de suas almas. Faça isto regularmente, pela manhã e a tarde. É mais necessário que o alimento diário; mais necessário do que seu trabalho. Quão vão e tolo parecerão todas suas desculpas, quando olhar para o inferno! Faça isto de maneira séria e comprometida. Algum pedaço dos Salmos, e alguma leitura da Palavra, e assim a adoração a Deus é reduzida a um arremedo. Faça-o de maneira espiritual, viva. Faça-o como se fosse uma fonte para a salvação. Talvez não exista um meio de graça mais abençoado. Que toda sua família esteja presente sem falta; não deixe nenhum de fora.

2) Lidere - use autoridade paterna – seja um exemplo de disciplina e tenha autoridade para disciplinar.

Que terrível punição sobreveio a Eli, "por causa da iniqüidade de que ele bem sabia, pois os seus filhos blasfemavam a Deus, e ele não os repreendeu". Eli foi um bom e santo homem; e freqüentemente falou para seus dois filhos ímpios, mas eles não lhe atenderam. Mas nisto ele falhou; ele não usou sua autoridade paterna; ele não os restringiu. Lembre-se de Eli. Não foi suficiente orar por seus filhos e com seus filhos, ou mesmo avisá-los; você deve restringi-los. Restringi-los com laços de amor. De livros nocivos, companhias prejudiciais, diversões impróprias, do tempo inoportuno, restrinja-os.

3) Lidere servos, assim como filhos.

Assim fez Abraão. Lembre-se que você está no lugar de um pai para seus servos. Eles estão debaixo de seu teto; e eles tem direito a suas instruções. Se eles lhe servem no que concerne a coisas materiais, é justo que você os ministre no que concerne a coisas espirituais. Você os tirou da casa de seus pais, é seu dever cuidar que não se percam por isto. Ó! quantos pecados poderiam ser impedidos, se os patrões cuidassem das almas de seus servos.

4) Lide individualmente sobre a conversão da alma.

Sendo Jesus tão importante pra você, qual a dificuldade de levá-lo a sério? Em nada adianta você na condição de provedor dar tudo: Comida, morada, saúde, roupa, educação, afeto e não entender nada de vida com Deus. Com todo esse seu patético cuidado você não conseguirá livrar seu filho do Inferno, caso, Jesus Cristo, não seja levado a sério. Onde o seu filho passará a eternidade? Lembre-se esta pergunta sobre o futuro, se resolve no presente. Conheço muitos queridos pais cristãos que tem sido, singularmente, negligente neste particular. Eles cultuam a Deus em família, oram seriamente em secreto por seus filhos e servos, e apesar disto, não lidam com eles no que concerne a sua conversão. Satanás espalha um tipo de falso pudor entre os pais, de forma que eles não inquirirão de seus pequenos: Você encontrou o Senhor, ou não? Ah! quão pecaminoso e tolo isto parecerá na eternidade. Se você pudesse ver alguns dos seus filhos ou servos no inferno, tudo porque você não falou com eles em particular, como você olharia? Comece hoje a noite. Leve-os à parte e pergunte: O que Deus tem feito a sua alma?

5) Viva uma vida santa diante deles. “As palavras convencem o exemplo arrasta”. Se toda sua religião reside na sua língua, seus filhos e servos logo descobrirão sua hipocrisia. Os filho em especial, preferem “sua presença do que seus presentes”. Ser Pai/Mãe, não é apenas fazer, é lutar pela construção contínua e entender de que Deus nos pedirá contas da condução de nossa família.

IV - A benção que advém do cumprimento disto.

1) Você evitará a maldição. Você evitará a maldição que sobreveio a Eli. Ele era filho de Deus e mesmo assim sofreu por causa de sua infidelidade. Ele perdeu seus dois filhos em um só dia. Se você quer evitar isto, evite o pecado de Eli." Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem, e sobre as famílias que não invocam o teu nome"(Jr. 10:25). Se você não cultua a Deus em sua casa, uma maldição está escrita sobre sua porta. Se eu pudesse marcar as moradas nesta cidade onde não existe oração familiar, seriam os lugares onde a maldição de Deus certamente cairia. Estas casas estão sobre o inferno.

2) Seus filhos serão salvos. Assim foi com Abraão. Seu querido filho Isaque foi salvo. Quanto a Ismael eu não sei. Lembro-me somente do seu fervente clamor: "Oxalá que viva Ismael diante de ti!". Tal é a promessa: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele". Tal é a promessa no batismo. Ah! quem pode falar da benção de ser um pai salvo de uma família salva? Queridos crentes, sejam sábios. Certamente se alguma coisa pudesse destruir a alegria do céu, isto seria ver seus filhos perdidos por causa da sua negligência. Queridas almas inconversas, se uma aflição pode ser mais dolorosa do que outra no inferno, esta seria ouvir seus filhos dizerem: "pai, mãe, vocês me trouxeram aqui".

Conclusão:

A família tem um importante papel na sociedade. Não adiantar apontar erros, acompanhar as notícias e emitir opiniões, se eu não participo efetivamente como instrumento de mudança em minha própria família.

A sociedade muda quando “eu” resolvo mudar. A vida em sociedade nada mais é do que um reflexo da vida familiar e consequentemente como eu conduzo a minha relação com Deus, o Criador e valorizador da Família.

Que Deus abençoe a todos e o Espírito Santo de Deus nos conduza a uma vida de mudanças através do seu filho Cristo Jesus.


A Prevenção das drogas começa em casa através de nossa comunhão com Deus, no relacionamento e respeito pelo conjuge e pelos filhos; na manutenção do diálogo. “As palavras convencem, o exemplo arrasta”. (Pe. Antonio Vieira).

Comunicação pobre, relacionamento vazio.



Encontrar a pessoa certa - que corresponda exatamente a tudo aquilo que gostamos ou não de fazer e que entenda perfeitamente nossos sentimentos diante de uma situação contrária - pode parecer ideal, mas pouco provável. Cada indivíduo tem uma resposta diferente para determinada situação. Conhecer nossos limites e controlar as fraquezas de nossos temperamentos pode ser a “pitada” certa para dar equilíbrio aos nossos relacionamentos.

Muitas vezes, dentro do convívio do casal, vai acontecer algo que nos tire do sério. Nessas horas, as circunstâncias podem nos levar a atitudes tempestivas, as quais trarão à tona um comportamento pouco conhecido pelo nosso cônjuge. Por isso, saber que ninguém é um “super-homem” em virtudes ou uma “mulher maravilha” em compreensão nos permite conhecer as “misérias” do outro; e isso faz parte dos desafios de uma vida a dois.

Na partilha das realidades da vida conjugal percebemos as particularidades de temperamentos do cônjuge. Freqüentemente, ouvimos alguém dizer que, por medo das reações do outro diante de certa circunstância, preferiu se calar em vez de expor suas idéias e reivindicações em prol da harmonia desejada.


Há pessoas que lidam mais facilmente com os desafios; outras são mais racionais ou têm facilidade para assumir a liderança das coisas, e assim por diante. Entretanto, ninguém é puramente virtude, pois também trazemos conosco nossos defeitos. Entendendo que um relacionamento acontece numa “via de mão dupla”, precisamos estar atentos para não exigir do outro somente atitudes de perfeição, quando reconhecemos em nós mesmos defeitos, os quais podem ser corrigidos com a disposição em sermos melhores por causa do outro.

Nosso cônjuge é a pessoa mais indicada para apontar aquilo em que precisamos nos empenhar a fim de melhorar nosso temperamento; o que, conseqüentemente, acaba refletindo no convívio a dois.


Não é nada agradável ouvir que cometemos um engano nisso ou naquilo, especialmente de quem amamos; afinal, nosso próprio conceito é de ser alguém irrepreensível. No entanto, um bom relacionamento traz sinais de sucesso quando o casal se dispõe a viver a honestidade, sobretudo, de maneira respeitosa na franqueza dos diálogos. As atitudes defensivas ou a recusa de conversar sobre aquilo que o outro julga importante dizer em nada ajudará no crescimento dos laços entre os casais.

Num convívio em que a comunicação entre as pessoas é pobre, os vínculos facilmente se enfraquecem e favorecem a desconfiança e a falta de respeito; atropelando, quase sempre, o direito e a integridade do outro. Situações mal resolvidas apenas tornam nosso convívio frio.


Antes mesmo que escoem pelos ralos os anos de amizade e comprometimento, a melhor atitude é falar sobre aquilo que parece não estar indo bem, a fim de encontrar uma saída, juntos, para uma situação que está tirando a paz no convívio.

Quando podemos contar com o interesse e a disposição do outro para nos ajudar a equacionar os impasses, a solução não parece ser tão impossível quanto parecia ser num primeiro instante. Assim, juntos e com a boa vontade de quem quer nutrir o amor, conseguiremos nos moldar às necessidades do outro para o comum do novo estado de vida, para o qual somos impelidos a viver.

Rogamos a Deus que neste dia que o vosso relacionamento seja abençoado por Deus com a comunicação (re)estabelecida, de forma adulta, madura e consistente. Que tenhamos coragem de fazer da nossa relação algo agradável, bom e com a presença divina continuada (um relacionamento a três – Deus e o casal).

Que Deus nos ajude a ser o que somos e não o que o outro deseja que sejamos e dentro de uma relação ajustada, comum e respeitosa, desprovida de egoísmo e nulidades.

Com afeto e esperançoso de que a Graça do nosso bom Deus esteja sobre você e seu lar,


Rev. Ielves Camilo.


Pare e Pense.: Não permita que sua falta de comunicação seja objeto de discórdia e de reflexos negativo na educação de seus filhos... " Ensina ao teu filho, e ensinarás ao filho de teu filho". (Talmud)


“A família é um Projeto divino e que, apesar dos desafios e controversas, é importante ser família”!


PS.: Palestras, Enc. Pedagógicos, Seminários e Encontros de Casais: (81) 41015117 (Recife/PE) e (81) 9708.6101

Endereço eletrônico: familianet.com@hotmail.com

Formar para a Cidadania






Num tempo em que se fala de delinqüência juvenil, absentismo e abandono escolar pergunta-se: “Que espécie de cidadãos queremos nós? O que valerá a geração herdeira dos sacrifícios de hoje”?


Não há coisa mais perigosa, do que um bom conselho seguido de um mau exemplo”. (Grande Oriente do Brasil)


Num tempo em que se fala de delinqüência juvenil, absentismo e abandono escolar pergunta-se: “Que espécie de cidadãos queremos nós?... O que valerá a geração herdeira dos sacrifícios de hoje”?


O problema é de sempre. Idade das crises e das incertezas, das revoltas e das paixões, o tempo em que o homem já não é criança, mas em que ainda não se definiu como adulto, é, por excelência, o tempo dos problemas, da impaciência perante qualquer constrangimento, da procura ávida de todas as formas de gozar ou instruir. No limite encontra o tédio, a exasperação erótica, o vazio de uma existência sem sentido e a queda na delinquência.


A revolta das novas gerações – ou o seu excessivo conformismo – a consciência de que tudo está em questão, desde os princípios aos preceitos, às fornias e aos conteúdos, tornam a solução cada vez mais difícil e exige uma tarefa árdua e nem sempre grata. Mas é preciso tentar. A isto nos obrigam dois imperativos: o imperativo de que a educação é um direito; e o imperativo de que a educação é um dever.


A educação é um todo orgânico e é a dificuldade em integrar e harmonizar os seus elementos, os mais patentes e os mais ocultos, que se deve a falência geral do ensino, incapaz de evitar os desequilíbrios, as carências, as frustrações que mais tarde irão pesar sobre a vida social. Depois de terem cumprido as obrigações escolares, ou de terem ficado pelo caminho, para muitos alunos resta à sensação amarga que resulta da incapacidade de resolverem as frustrações inerentes à sociedade material-individualista espiritualmente decadente. A reação compensatória é desinteressarem-se por completo de tudo quanto exceda os corredores estreitos da profissão, da família e do egoísmo pessoal. Surge, quase sempre para o resto da vida, o enjôo pela cultura, os alistamentos fáceis nos movimentos pró ou contra, os pequenos objetivos materiais da sociedade de consumo, a indiferença perante ideais nobres, e a subordinação preguiçosa às campanhas de exploração comercial e de exploração política.


O Estado garante o direito a uma justa e efetiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares. É de esperar que a Escola reúna condições bastantes para orientar a sua complexa missão nos modernos preceitos de educação ativa. Segundo alguns pedagogos eminentes, o fim geral da educação é formar cidadãos úteis. Mas não podemos contentar-nos, por múltiplos motivos, com a educação que fornece, por ora, a Escola, pondo o acento na formação para a cidadania. Nem tão-pouco podemos esperar indefinidamente. A missão educativa tem de ser um dever coletivo, partilhado por diversos agentes educativos e forças sociais, tendo em conta que, mais do que cidadãos, somos pessoas. O conceito de pessoa é mais vasto do que o conceito de cidadão.


O velho estereótipo do indivíduo capaz de discursar, pública e convincentemente e, escrupulosamente, ir às urnas quando há eleições, não nos satisfaz como produto da formação para a participação real na sociedade. Formar para a cidadania, do nosso ponto de vista, é também olhar para o outro lado da preparação do ser humano, o que se relaciona com a sua realização no círculo privado da vida: a formação de um espírito lúcido capaz de responder sem desfalecimentos ao apelo das reações morais. Lucidez de espírito compreende, além da concepção justa da igualdade social, a constituição moral da pessoa. Mas, se o valor moral é, no indivíduo, de grande importância, não é o único.


Daqui resulta que, além da formação intelectual, que tem na Escola o espaço privilegiado, e da formação moral, é preciso o comprometimento com uma atitude espiritual que leve a descobrir quais são, neste domínio, as possibilidades do espírito humano. É preciso converter a mentalidade pueril, primária e tecnológica do ensino corrente, em cosmológica, adulta e superior. E, ao mesmo tempo, opor à doutrina falsa, segundo a qual o homem de hoje está espiritualmente perfeito e acabado, a verdadeira e tradicional doutrina de que o homem ainda está em evolução, ansioso de liberdade, na esperança de reintegração cósmica.


Sendo assim, o problema, visto sob o ângulo do ensino a ministrar, consiste reconhecer que o espiritual é uma dimensão constitutiva da pessoa. A principal tarefa dos agentes educativos é, pois, dar conta que o espiritual faz parte integrante da pessoa e que favorecer o desenvolvimento das faculdades do espírito através da educação apropriada é um serviço pedagógico.


Efetivamente, a maior parte dos indivíduos desenvolve sem problemas as suas capacidades cognitivas, enquanto no domínio espiritual se verifica um claro subdesenvolvimento. Esta possibilidade de o espírito ascender ao Transcendente, de modo lúcido e voluntário, é uma aptidão comparável à aptidão da linguagem, que é também uma potencialidade do homem, a qual, para se desenvolver, deve ser exercitada.


A Fraternidade Rosacruz tem uma missão a cumprir, sagrada pelo intuito, difícil pela complexidade: tem em vista a realização do velho lema – velho porque é bom: “mente pura, coração nobre, corpo são”. Isto significa, por outras palavras, ter em mira a formação de cidadãos saudáveis, com juízo claro, caráter forte e consciência reta.


Devemos provocar, então, desde já, por outra via, por outros métodos, um movimento educativo, que parece indispensável. Sem desprendimento da Escola, antes ligado com ela sempre que possível, este espaço ou movimento educativo – uma oficina – tem que tomar comando exterior, de certo modo autônomo. A razão é simples: para que possa ter vida própria e entusiástica terá de ser estimulada por sentimentos e não por vencimentos. Delineada em formas que se acomodem à nossa sensibilidade, ajudará a compreender que a educação deve ser vista não apenas do ponto de vista pragmático e meramente culturizante, da acumulação de conhecimentos ou do exercício de funções, mas também como uma formação do espírito, digna da pessoa humana e das suas capacidades.


Ajudar o desenvolvimento espiritual é um serviço prestado à pessoa humana, unia vez que lhe permite melhorar a vida individual e comunitária. E, neste campo, a Fraternidade Rosacruz tem a melhor luz a iluminar a razão, ou, por outras palavras, a aptidão humana para o conhecimento supranormal: Max Heindel – luz contra a qual batem, sem perigo de abalo sequer, todas as teorias e práticas contrárias ao desenvolvimento, ao bem estar e segurança do espírito, ou ameaçadoras da unidade moral, Seja qual for a escala da nossa intervenção, ela tem de verificar-se com persistência, mobilizando competências de participação, de intervenção social, assumida, esclarecida e motivada. O que é preciso, então, é que o esforço e as aspirações de cada um, se têm na base o sustento individual e familiar, devem ter no alto o propósito de colaboração social e institucional estabelecido em princípios generosos, isentos de reservas, sinceros, no supremo desejo de servir o objetivo construtivo da Fraternidade Rosacruz.


O trabalho, compreendido como simples ganha pão ou meio para alcançar comodidades e prazeres, não preenche a alma bem formada. A vida mais atarefada permite sempre a consagração de uma pequena parte do esforço desinteressado a favor da comunidade. Só a consolação do trabalho prestado sem interesse faz entender verdadeiramente a obrigação do amor ao próximo. Com base na ética da nossa augusta Fraternidade, que tem, mais que qualquer outra, uma ética da comunidade, podemos responder à pergunta inicial: “a geração herdeira dos sacrifícios de hoje valerá o que soubermos fazer dela”.


Fraternidade Rosa Cruz – Portugal/2009.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Brasileiros x Remédios: Dependentes que carecem de cura!




Viciados em Remédios

A máquina de propaganda da indústria farmacêutica, as irresponsabilidades de muitas médicos e as ignorâncias dos usuários criaram um novo tipo de vício, tão perigoso quanto o das drogas ilegais: a farmacodependência.

Um dia, sem querer, você abre uma das gavetas do seu filho adolescente e encontra um cigarro de maconha. A sensação é de decepção, medo, angústia, seguida da terrível constatação: “Meu filho é um drogado”. Enquanto torce mentalmente para que ele não esteja viciado, você, sem perceber, se vê abrindo a gaveta de remédios para retirar o calmante que usa nos momentos de tensão, antevendo a inevitável e difícil conversa que precisará travar quando ele chegar. É nessa gaveta de medicamentos que você encontra o alívio para o corpo e a alma. São analgésicos para a dor, ansiolíticos para relaxar, antiinflamatórios e até mesmo comprimidos de anfetamina usados para conter o apetite que tantas vezes você não consegue controlar naturalmente. Em meio ao nervosismo, você não se dá conta de que alguns desses remédios ingeridos diariamente podem causar mais danos e dependência que as substâncias que você conhece como “drogas ilícitas”.
Esteja certo: se um químico fizesse uma análise fria das substâncias encontradas na sua gaveta e na do seu filho, o garoto não seria o único a precisar de uma conversa séria sobre o perigo de se amparar em muletas psicoativas.

“Do ponto de vista científico, não há diferença entre um dependente de cocaína e um viciado em remédios que contêm anfetamina”, diz o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes ( Proad), da Universidade Federal de São Paulo. “Droga é droga, não importa se ela foi comprada num morro ou numa farmácia dentro de um shopping.” Se é assim, como explicar a extrema intolerância social diante das drogas ilícitas acompanhada de uma permissividade leviana diante de drogas prescritas pelos médicos (que coloca o Brasil no quinto lugar em consumo de medicamentos)? Afinal, precisamos mesmo de tantos remédios?

Segundo a maioria dos especialistas, a resposta é não. Apesar dos problemas de saúde da maioria dos brasileiros pobres, que mal conseguem ter acesso a alimentos básicos, e das doenças comuns entre a classe média e os ricos, o uso abusivo e irregular de medicamentos cresce numa velocidade preocupante.

O número de farmácias per capita no país é um bom indicador do problema. Há uma drogaria para cada 3 mil habitantes, mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Ou seja: há mais pontos-de-venda de remédios no Brasil do que de pão – são 54 mil farmácias contra 50 mil padarias. Drogas químicas podem ser compradas por telefone e pela internet, com ou sem receita médica. Balconistas diagnosticam doenças e “tratam” pessoas com remédios da moda, dos analgésicos às pílulas contra impotência.

O resultado é alarmante: segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), o Brasil teve 22 121 casos de intoxicação, no ano de 2000, provocados pelo uso indevido de remédios, quase um terço de todos os casos registrados. “E isso é só a ponta do iceberg”, diz Rosany Bochner, coordenadora da instituição. “Como não recebemos informações de todos os estados e nem sempre os médicos assumem os erros de prescrição, esse número deve ser pelo menos quatro vezes maior.” Se ela estiver certa, o número de casos no Brasil passaria dos 100 mil. Nos Estados Unidos, onde a situação é bem mais grave, 1 milhão de pessoas são intoxicadas por medicamentos todos os anos. Com dados tão alarmantes, você deve estar se perguntando por que a população de lá não pressiona o seu governo a usar parte da fortuna usada no combate às drogas ilegais (no ano de 2000, foram 39 bilhões de dólares) em campanhas de prevenção de intoxicação por medicamentos. Boa pergunta.

“É que a gravidade desses dados termina sendo mascarada nas estatísticas”, diz a coordenadora do Sinitox. Ela explica que as pesquisas norte-americanas, por exemplo, classificam os casos de intoxicação por tipo de medicamento, separando analgésicos de antidepressivos e assim por diante. “Somados, os medicamentos também são a maior causa de intoxicação por lá”, diz Rosany. “Mas, devido a essa classificação, são os produtos de limpeza que aparecem como vilões em primeiro lugar, já que estão agrupados numa única categoria.”

Enquanto prevalece uma estranha cortina de silêncio sobre o problema, milhares de pessoas que ingerem medicamentos correm, sem saber, risco de se tornarem dependentes. Um problema que conta com a irresponsabilidade de alguns médicos e os interesses bilionários de uma das mais poderosas forças econômicas mundiais: a indústria farmacêutica.


Overdose de Lucros

É inegável que as marcas da indústria farmacêutica estão longe da popularidade de nomes como Microsoft ou McDonald’s. Mas não se engane com essa aparente falta de glamour. Afinal, laboratórios farmacêuticos são o negócio mais lucrativo do planeta, perdendo apenas para as companhias de petróleo. Segundo uma estimativa da revista inglesa Focus, o setor teria faturado, no ano passado, 406 bilhões de dólares. A contradição é que enquanto os laboratórios estão cada vez mais saudáveis do ponto de vista financeiro, a imensa maioria dos habitantes do mundo permanece doente. Por que isso acontece? A resposta é simples: apenas 1% dessa montanha de dinheiro veio da África, onde a maioria dos seus 800 milhões de habitantes padece de doenças endêmicas e não tem recursos para comprar medicamentos. Sem consumidores com bom poder aquisitivo, os laboratórios não se interessam em fabricar remédios baratos ou voltados para as doenças de países pobres.

“Para essas multinacionais, é mais lucrativo criar medicamentos para doenças crônicas como o diabete ou problemas cardíacos, uma vez que o paciente vai precisar continuar consumindo o remédio até o fim da vida”, diz a química Eloan Pinheiro, diretora do laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, que produz medicamentos que estão ajudando o governo brasileiro a ser auto-suficiente – e um modelo para o mundo – no combate à Aids. Não é à toa que 66% das vendas dos laboratórios emergiram dos países da América do Norte e da Europa, cuja população de 730 milhões de pessoas ostenta a renda mais alta do mundo e gasta fortunas com medicamentos de última geração. Estima-se que, no mesmo período, a indústria farmacêutica brasileira faturou cerca de 7,5 bilhões de dólares, cifra que pode parecer nanica diante dos 170 bilhões de dólares das vendas nos Estados Unidos, mas que é bastante significativa na estatística mundial do setor.

São mais de 32 mil rótulos no país, com variações de 12 mil substâncias – um exagero, considerando a lista de medicamentos essenciais para o bem-estar, da Organização Mundial de Saúde (OMS), de apenas 300 itens, ou mesmo as 6 mil drogas disponíveis nas farmácias britânicas. Os brasileiros adoram tomar analgésicos e antiinflamatórios e estão entre os campeões de consumo de ansiolíticos, os conhecidos tranqüilizantes, adquiridos indiscriminadamente para acabar com insônia, inquietação ou o simples mau humor de um dia aziago. A dependência de sedativos é um hábito que os jovens aprendem rápido com os pais.

Nesse particular, contudo, as mulheres são imbatíveis: são elas que respondem por 75% do consumo de tranqüilizantes no país, talvez pelo fato de, segundo um estudo da Escola Paulista de Medicina na década passada, apresentarem o dobro dos casos de nervosismo e outros distúrbios psicológicos dos homens.

Conflito de Interesses

A força dessa indústria é tão grande, que pesquisadores e entidades médicas como a Associação Americana de Medicina estão questionando a própria idoneidade da informação produzida por universidades e centros de pesquisa patrocinados por laboratórios. Afinal, no ano 2000, a indústria farmacêutica financiou 70% dos testes de drogas clínicas realizados por instituições de pesquisa “independentes” dos Estados Unidos, o que custou aos cofres dos laboratórios 60 bilhões de dólares. Há quem afirme que o preço pago pelos centros de pesquisa por esse tipo de parceria pode ter sido alto demais. “Os patrocinadores decidem quem vai trabalhar no estudo e excluem quem tem pontos de vista conflitantes com os seus interesses”, afirma Steven Cummings, diretor do programa de pesquisa clínica da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

São comuns também a imposição de cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de resultados e o intercâmbio de dados entre cientistas, duas restrições quase fatais para a produção de conhecimento científico. “A ciência depende de um fluxo aberto e livre de informação”, diz o pesquisador Steven Rosenberg, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. “No entanto, quanto mais a pesquisa é sustentada por companhias privadas, mais a ética dos negócios atropela a ética da ciência.”

Os conflitos de interesses entre cientistas e a indústria farmacêutica vêm sendo objeto de estudos importantes nos últimos quatro anos. Um dos mais rumorosos aconteceu no Canadá, onde a hematologista Nancy Olivieri, da Universidade de Toronto, conduziu uma pesquisa sobre uma droga desenvolvida pelo laboratório Apotex para tratamento da talassemia, um tipo de anemia que ocorre principalmente entre populações que vivem em áreas próximas do mar Mediterrâneo.

Ela constatou que o remédio expunha os pacientes a danos no fígado e no coração, mas foi impedida de compartilhar os dados com outros colegas e de advertir o público sobre os riscos da droga porque a Apotex evocou a cláusula de confidencialidade do contrato. Como a comunidade dos pesquisadores ficou ao lado da hematologista, a Universidade de Toronto acabou alterando sua política de parceria com os laboratórios – ainda assim, a Apotex manteve o sigilo das informações sobre os efeitos colaterais do seu produto.

Em Winston-Salem, na Carolina do Norte, Estados Unidos, uma equipe de cinco pesquisadores da Universidade Wake Forest, chefiada por Curt Furberg, passou cinco anos pesquisando e produzindo relatórios comparativos entre um novo bloqueador de cálcio do laboratório Sandoz, atual Novartis, e um diurético. Mas o patrocinador recusou a conclusão quando a equipe constatou que o novo remédio, destinado a regular a pressão sanguínea e reduzir a calcificação de artérias, era menos eficaz que o diurético. A equipe foi convidada a refazer seu relatório sucessivamente até que, quando chegaram à mesma conclusão pela décima vez, os próprios cientistas desistiram da pesquisa. “Não conseguimos nenhum resultado, mas é preciso ter princípios”, afirma Furberg.

Outro caso famoso envolveu o laboratório Knoll Pharmaceutical e a pesquisadora Betty Dong, da Universidade da Califórnia. Betty publicara um levantamento parcial que sugeria que o remédio Synthroid, contra distúrbios da glândula tireóide, era mais eficaz que os seus concorrentes. Foi então contratada pelo Knoll, por 250 mil dólares, para realizar um estudo mais profundo que, no entanto, revelou que o Synthroid não tinha nada de especial. Resultado: Betty foi impedida de divulgar os seus dados, apesar de outros pesquisadores terem chegado à mesma conclusão.

O que diz de tudo isso a indústria farmacêutica? “Quando realiza uma pesquisa, a indústria investe alto e não é justo que a divulgação dos dados beneficie os concorrentes”, diz o biólogo Ciro Mortella, presidente da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). “Os laboratórios são empresas que precisam apresentar resultados a seus acionistas. Não somos monges, mas somos éticos.”

Pelo menos nas últimas duas décadas, os acionistas da indústria farmacêutica não têm motivos para queixas, em parte graças ao retorno da pesquisa permanente de novos medicamentos, algo que consome 21% do faturamento do setor, mas que gera resultados bastante compensadores. Somente em pesquisas cada novo remédio custa entre 300 e 500 milhões de dólares. Mas os lucros quase sempre superam em muito o investimento. O Viagra está aí para provar. Uma das minas de ouro da Pfizer, o remédio rendeu 1,3 bilhão de dólares apenas em 2001. No mesmo período, os novos ansiolíticos e drogas para doenças cardiovasculares faturaram 90 bilhões de dólares.

O irônico é que muitas das oportunidades de lucro no setor surgem dos efeitos adversos dos próprios medicamentos que já estão em uso. Ou seja: a complicação provocada por um remédio pode ser a chave para uma nova droga, destinada a outra doença. No final, a marca será direcionada para o efeito farmacológico mais lucrativo. Um exemplo é o Proscar, do laboratório Merck. Quando foi lançado, há cerca de dez anos, era apenas um supressor hormonal indicado para doenças da próstata. Com o tempo, percebeu-se que um dos efeitos indesejáveis da droga era o crescimento do cabelo, o que levou o laboratório a relançá-lo como remédio para calvície. Fenômeno similar aconteceu com o Wellbutrin, antidepressivo produzido nos anos 80 pela Glaxo, à base de cloridrato de bupropiona. Como muitos usuários da droga perdiam a vontade de fumar, a Glaxo registrou de novo o produto, sob a marca Zyban, agora indicado para quem tenta se livrar do tabagismo.

No ano passado, a indústria farmacêutica colocou no mercado global 69 super-remédios. Frutos do desenvolvimento da biotecnologia, o lançamento de drogas de última geração foi 17 vezes maior do que há dez anos, quando apenas quatro super-remédios foram produzidos.

A febre de lançamentos amplia o número de títulos nas prateleiras das farmácias a cada ano em escala geométrica, apesar de especialistas do Centro Cochrane, organização que procura mapear e avaliar o conhecimento médico em 15 países, advertirem recentemente ao público que, quando o assunto são medicamentos, nem sempre o novo e o mais caro é o melhor.

É claro que as propagandas desses novos remédios lutam para provar o contrário. No início dessa década, por exemplo, o antialérgico Claritin chegou a gastar mais com propaganda do que a Coca-Cola. Ao tratarem medicamentos como um produto qualquer (prometendo às vezes efeitos irreais), os anúncios conseguiram aumentar as vendas dessas drogas em 21% em apenas um ano – segundo a consultoria americana Scott-Levin.

Junto às farmácias, o cerco da propaganda é ainda maior, com a distribuição de prêmios aos donos e balconistas que atingirem metas de vendas através da conhecida “empurroterapia”, a sugestão feita ao cliente que aparece na farmácia sem receita e que quer se livrar a qualquer preço de algum mal-estar. Resultado: apenas um terço das 400 milhões de caixas de remédio vendidas por ano no Brasil veio de prescrições médicas. “Em outros países, como nos Estados Unidos, há um controle mais rígido na farmácia entre os chamados remédios leves e os que requerem receita médica”, diz Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox. “Mas esse controle não é suficiente, uma vez que essas drogas leves não são tão leves, principalmente quando não se limita a quantidade da compra.”

Cerco Médico

Talvez não seja tão difícil entender os motivos que levam balconistas desinformados a incentivar a compra desnecessária de alguns remédios. Mas e os médicos? Será que eles são imunes a esse tipo de abordagem? Tudo indica que não. Afinal, é difícil acreditar que os laboratórios dos Estados Unidos cheguem a gastar à toa cerca de 14 bilhões de dólares para convencê-los a prescrever seus remédios. Há um vendedor para cada 11 médicos americanos, representantes que trabalham com uma munição que inclui amostras grátis e brindes como canetas e relógios – tudo para que suas marcas sejam lembradas na hora da receita.

Nada de mais, se os incentivos parassem por aí. O problema é que os laboratórios estão cada vez mais “generosos” e não é raro que esses mimos cheguem a incluir jantares em restaurantes de luxo, viagens internacionais e participação em congressos, com tudo pago.

Esse tipo de cerco aos médicos tornou-se tão incômodo que algumas clínicas, como a Everett, de Washington, decidiram não mais receber esses representantes dos laboratórios, a fim de preservar a liberdade de prescrição da sua equipe. “Os médicos estão cada vez mais ocupados e quase não têm tempo para ler sobre as novas drogas”, diz o pesquisador Stephen Soumerai, da Universidade de Harvard. “Com isso, a influência da propaganda feita pelos representantes da indústria farmacêutica torna-se quase incontrolável.”

No Brasil, também é comum que os médicos recebam presentes dos laboratórios, o popular jabá. A banalização dessa prática levou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) a bater forte na indústria farmacêutica e a exigir um comportamento ético dos profissionais ante o cortejo de vendedores. Há três anos, o então presidente do Cremesp, Pedro Paulo Monteleone, acusou os laboratórios de intervirem de forma abusiva no setor médico. Segundo ele, o patrocínio de eventos e o pagamento de passagens para médicos teriam criado uma situação de dependência que, em alguns casos, praticamente havia transformado os congressos em encontros propagandísticos dos laboratórios. Na época, José Eduardo Bandeira de Melo, representante da então Abifarma (atual Febrafarma), rebateu essa afirmação e colocou a culpa nos médicos, dizendo que eram eles que exigiam favores da indústria, ameaçando até não mais receitarem seus produtos caso não recebessem passagens aéreas ou o pagamento desses cursos e encontros.

A atual posição da Febrafarma é mais amena. Segundo Ciro Mortella, atual presidente da entidade, essas acusações não são de médicos, mas de políticos em busca de promoção pessoal. “É ridículo imaginar que, após sete anos de estudo, um médico se comporte como um mentecapto e se deixe manipular como uma criança”, afirma Ciro.

Mas, se é ingenuidade atribuir à ganância dos laboratórios toda a culpa pelo abuso de medicamentos, quem seriam os outros responsáveis?

Foi tentando responder essa pergunta que alguns especialistas chegaram à conclusão de que o problema pode estar em certos vícios da própria abordagem médica.

Tradicionalmente, o que a medicina chama de doença são mudanças estruturais em nossas células, causadas por agentes específicos que devem ser combatidos com o uso de substâncias externas – os medicamentos. Mesmo reconhecendo que uma série de doenças são de fundo psicológico (as chamadas doenças psicossomáticas), boa parte dos médicos vêem no momento da prescrição uma forma prática e segura de abreviar a consulta. “À medida que o médico tem menos tempo e disponibilidade para conversar e se dedicar aos seus pacientes, mais propenso fica a receitar medicamentos”, diz o psiquiatra e psicanalista José Atílio Bombana, da Unifesp. “Ele abre mão da sua grande arma terapêutica, que é o contato com o paciente, e adota como única resposta a medicação, o que, naturalmente, estimula a utilização de remédios.”

Nessa rotina, não é raro que um paciente seja indicado a tomar psicotrópicos (como um calmante) ou drogas para hipertensão no fim de uma consulta de apenas dez minutos – tempo no qual é impossível para o médico levantar o histórico do paciente. Como conseqüência, vem a automedicação, uma vez que o paciente tende a concluir que, se o médico gastou menos de dez minutos para prescrever o remédio, é bem provável que a droga não seja tão perigosa. Ou que a decisão do médico não tenha tantas conseqüências. Assim, a mesma decisão poderia ser tomada pelo balconista da farmácia ou pelo próprio paciente.

O problema é que os especialistas sabem que qualquer droga é perigosa, em maior ou menor grau. Tome-se o caso das reposições hormonais. Um único miligrama de hormônio – substância que, em sua forma natural, é produzida por uma glândula – é suficiente para alterar o funcionamento de sistemas vitais, as características morfológicas e o humor de uma pessoa. Bastam, por exemplo, 50 trilionésimos de grama de estrógeno por mililitro de sangue para garantir às mulheres as formas arredondadas e os traços delicados que são a marca do sexo feminino.

Como a produção natural de estrógeno decai na menopausa, tornou-se hábito suplementá-lo em mulheres nessa fase da vida com a adição de hormônio sintético. O problema é que, desde a década de 70, efeitos deletérios vêm sendo constatados, entre os quais o câncer de útero.

Em julho passado, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos anunciou que as mulheres submetidas a tratamento com o repositor hormonal Premelle estavam mais sujeitas a infarto, derrame e câncer de mama.

“Todo remédio tem efeitos colaterais”, afirma Arnaldo Lichtenstein, clínico-geral do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Os antialérgicos causam sonolência e dificuldade de concentração. Os antibióticos prejudicam rins e fígado e até podem causar surdez. A cortisona provoca pressão alta e úlcera; antiinflamatórios podem provocar úlcera, gastritre e hemorragia digestiva. Até os popularíssimos suplementos vitamínicos podem ter conseqüências indesejáveis. O excesso de vitamina C pode levar à formação de pedras nos rins e o das vitaminas A, D, E e K, causar lesões no fígado. Muita vitamina A provoca também fadiga, insônia e agitação. O pior é que a intervenção para aliviar tais efeitos, com o uso de outros medicamentos, não raro fecha um circuito de complicações das quais o paciente não consegue se libertar facilmente.

Evitando a dependência

“Qualquer pessoa pode se tornar dependente de medicamentos”, diz o psiquiatra Marcelo Niel, um dos coordenadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Proad). Ele diz que os dois casos mais comuns de dependência estão ligados aos benzodiazepínicos (calmantes) e às anfetaminas (usadas como moderadores de apetite). “Quando os comprimidos acabam, os dependentes têm tremores, taquicardia e, no caso dos dependentes de anfetamina, até surtos psicóticos”, diz o psiquiatra. Marcelo, contudo, reconhece que há uma classe de pessoas que está mais propensa a desenvolver uma relação conturbada com os remédios. Se você está pensando no seu amigo hipocondríaco, acertou.

É verdade que, pelo menos uma vez na vida, é normal sentir temores infundados acerca da própria saúde.

Mas, como os hipocondríacos simplesmente não conseguem parar de se sentir doentes, eles terminam se tornando alvos frágeis da tendência ao abuso de remédios. Em geral, pessoas assim visitam a farmácia como se fossem a uma loja. Adoram novidades da indústria farmacêutica e sabem de cor todas as bulas. E, é claro, se irritam profundamente quando o médico diz que eles não têm nada. “Ele acha que estou fingindo”, pensam nesse momento. E, de fato, os hipocondríacos não estão fingindo. Eles sentem a dor de que estão se queixando e sofrem com os sintomas da sua doença. A diferença é que seu mal está na mente e no complicado mecanismo que rege suas emoções e suas relações com o mundo exterior. Ao contrário do que muita gente pensa, a hipocondria não é um distúrbio raro.

Cerca de 5% dos casos de pacientes atendidos em clínicas e hospitais se enquadram nessa classificação, sem falar no fato de que mais de 80% dos diagnósticos médicos se resumem à sigla DNV (distúrbio neurovegetativo), a crise hipocondríaca que atinge as pessoas comuns, na agitação da vida moderna.

“A hipocondria é um dos recursos do homem para lidar com as dores do drama de sua existência”, diz o psicólogo Rubens Volich em seu livro Hipocondria: Impasses da Alma, Desafios do Corpo. Com suas queixas, eles acabam conseguindo que o médico solicite exames e prescreva remédios. Sentem-se aliviados por alguns dias e, depois, encontram outro motivo para voltar ao consultório ou ao hospital. Às vezes, por obra dos próprios efeitos colaterais dos medicamentos ingeridos.

“A maioria dos hipocondríacos sofre de depressão”, diz o psiquiatra Marcelo Niel. “E, enquanto esse problema não for tratado, eles continuarão expostos a medicamentos desnecessários.” Como estão sempre ingerindo medicamentos, eles se tornam mais propensos a se tornarem dependentes. Mas como saber quem é viciado e quem não é?

Marcelo diz que as pessoas devem ficar alertas quando sentirem que estão condicionando vários momentos da vida ao uso de algum medicamento. Ele diz que considera normal que alguém tome um calmante em um momento especialmente insuportável. “O problema é quando qualquer situação de desconforto passa a ser esse momento crítico”, diz o psiquiatra.

Essa seria a hora de buscar orientação, antes que o sujeito venha a precisar de uma pílula para dormir, de outra para acordar, ou de uma para sentir fome etc.

A maioria dos especialistas parece concordar num ponto de que pouca gente se dá conta: a maior parte das doenças pode ser curada pela ação do próprio organismo. “A natureza resolve sozinha 90% dos problemas de saúde”, diz o médico Daniel Sigulem, professor da Universidade Federal de São Paulo. “Em geral, pede-se aos médicos apenas que não atrapalhem.” Enfim, o que precisa ficar claro é que a ausência de remédios na vida de uma pessoa é uma garantia e quase sempre um sinal maior de saúde do que a presença maciça deles. Uma conclusão que, com certeza, você não vai encontrar na bula de nenhum medicamento.

Mercado de elite

O desequilíbrio no faturamento mundial da indústria farmacêutica - em US$ bilhões (2002):

América do Norte - 169,5
Europa - 100,8
Japão - 45,8
América Latina e Caribe - 30,5
Ásia - 20,1
Oriente Médio - 10,6
Europa Oriental - 7,4
Índia - 7,3
Austrália - 5,4
África - 5,3

"Eu não conseguia parar de tomar"

“Como queria emagrecer, fui, há mais de dez anos, a um endocrinologista e ele me receitou um moderador de apetite, que não surtiu muito efeito. Pedi um remédio mais forte e ele me passou um comprimido à base de anfetamina. Na receita estava escrito um comprimido por dia. Insatisfeita com os resultados, resolvi tomar dois por conta própria. Como perdi até o apetite para almoçar, cheguei a perder 20 quilos. Mas o remédio não mexeu só com o meu apetite. Senti que os comprimidos me deixavam mais agitada, rápida no trabalho, elétrica. E, quando o remédio acabava, ficava ansiosa, deprimida, voltava a engordar. Procurava novamente o médico em busca de mais receita e, quando ele não receitava, comprava diretamente na farmácia.

Por não conseguir parar de tomá-los, cheguei a ficar desacordada e parar no pronto-socorro depois de tomar alguns comprimidos com álcool. Como passei a me sentir mal quando não tomava o remédio, há dois anos terminei no Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo). Os psiquiatras trocaram minha medicação, tive apoio de terapeutas, mas ainda hoje tenho seqüelas do uso abusivo da anfetamina. Tenho dificuldade de concentração, fico inquieta, como se ainda precisasse do remédio. Apesar da ajuda da terapeuta, continuo me achando gorda e sinto que a qualquer instante posso ter uma recaída.”

M.R. é dona-de-casa, mora em São Paulo e tem 55 anos


Para saber mais nas livrarias:

Hipocondria - Impasses da Alma, Desafios do Corpo
Rubens Marcelo Volich, Casa do Psicólogo, São Paulo, 2002;

Medicamentos e Suas Interações
Seizi Oga, Atheneu, São Paulo, 2001;

A Doença Como Caminho
Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke, Cultrix, São Paulo, 1997;

Drogas
Rodrigo Vergara, “Colecão Para Saber Mais” Editora Abril, São Paulo, 2003;

Na internet:
www.pne.com.au/~cafmr/online/medical/drug1a.html
http://www.febrafarma.org.br/


* Ir. Ielves Camilo, em parceria com o Ir. Hailton Arruda, sob a Supervisão do Grão Mestre Estadual (Dr. Marcelo B. Sobral), tem conduzido o Programa com caracteristicas de extensão do  Grande Oriente de Pernambuco/GOPE, em Recife/PE e Cidades próximas (quando previamente agendadas e programadas) através da realização de Seminários, Palestras, Encontros Pedagógicos e Encontro de Casais.
Sendo um dos colaboradores/facilitadores do Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida. O programa conta ainda, com o apoio de profissionais (de vários segmentos e com formações diversas) aptos e disponíveis no atendimento e desenvolvimento do tema.


GOB/GOPE - Maçonaria Cidadã - Com Mão Forte, Ajudando Salvar Vidas!
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