domingo, 14 de fevereiro de 2010

CAMPANHA NACIONAL DE PREVENÇÃO AO CRACK: MINISTÉRIO DA SAÚDE.


Ministério da Saúde lança campanha nacional sobre o crack

Objetivo é alertar sobre os riscos e consequências causados pelo consumo da droga. Filmes e impressos serão veiculados em mídias de todo o país.

O Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (16), a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack, iniciativa inédita para prevenir o consumo da droga, que é derivada da cocaína e possui alto grau de dependência. Com o slogan Nunca experimente o crack. Ele causa dependência e mata, a campanha estará a partir de hoje nas principais emissoras de televisão e rádio do país, na internet, em jornais, revistas, nos cinemas e nas ruas.

O objetivo é ajudar na prevenção ao consumo, colocar o tema em debate e chamar a atenção para os riscos e conseqüências da droga. “A informação é a arma mais importante e poderosa que temos. A campanha informa de maneira transparente, clara, direta. Chama atenção para uma questão que não é preocupação dos governos, mas de toda a sociedade brasileira. É um problema de todos nós, de pais, educadores, imprensa, gestores, governos, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A mensagem que está sendo transmitida para toda a sociedade brasileira é que o crack é uma droga perigosa, que não deve ser experimentada porque ela mata. Coloca a pessoa em uma situação de vulnerabilidade que pode levar a conseqüências para si e para terceiros”, afirmou.

A veiculação da campanha, que tem início nesta quarta, seguirá até o dia 31 de janeiro. O público-alvo são jovens de 15 a 29 anos, de todas as classes sociais. O alerta também servirá para pais, educadores e formadores de opinião em geral. 

Nesta quarta, ocorre uma intervenção em semáforos da Esplanada dos Ministérios, onde são esticadas faixas com a mensagem “Desculpe interromper o trânsito. Mas esse assunto não pode esperar. O crack causa dependência muito rapidamente. Oriente seus familiares e amigos”. De 17 a 20 de dezembro, além de Brasília, a mesma ação estará nas ruas de mais nove capitais brasileiras (Belém/PA, Salvador/BA, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Rio de Janeiro/RJ, Recife/PE, Belo Horizonte/MG e Porto Alegre/RS).

PEÇAS - Inicialmente, a campanha terá dois filmes para TV, com duração de 30 segundos cada. Um deles traz um texto com locução, em fundo preto e branco, que diz “Precisamos de um minuto da sua atenção. Sabemos que não é a melhor época para falar sobre algo tão sério. Mas esse assunto não pode esperar. O crack é uma droga perigosa, que tem causado graves problemas (...)”. O outro conta a história de um rapaz que rouba a própria família para consumir crack. Os filmes serão exibidos em rede nacional e em 14 emissoras regionais.
Nas rádios, a campanha terá um jingle de 60 segundos em formato de rap sobre os perigos do crack, e ainda um spot de 30 segundos, repetindo a intervenção “Desculpe interromper, mas este assunto não pode esperar”. 

Além dessas peças publicitárias, a segunda etapa contará com hotsite com informações sobre a droga.
A campanha também será divulgada nos cinemas, em jornais impressos e revistas e em mídia exterior. Também estará em cartazes e folderes, que serão distribuídos nas unidades básicas de saúde do SUS.
0800 - De forma complementar, a campanha também terá material informativo sobre as opções de tratamento oferecidas no Sistema Único de Saúde (SUS). A partir desta quarta-feira, será disponibilizado mais um instrumento para dar suporte ao familiar e ao usuário da droga: o Disque Saúde (0800 61 1997) terá um ramal exclusivo para informações sobre o crack e orientações para tratamento dos usuários na rede do SUS, com profissionais especialmente treinados. 

O número será divulgado nas peças publicitárias da campanha e em grandes adesivos, que serão afixados em orelhões públicos nas principais cidades brasileiras, a partir de janeiro. As chamadas “cracolândias” – regiões onde usuários e traficantes de crack se concentram nas cidades – serão os locais prioritários de afixação desses adesivos.

INVESTIMENTOS EM 2009 - Em novembro deste ano, o Ministério da Saúde lançou um pacote de medidas com investimento de R$ 98,3 milhões para ampliar a assistência a usuários de álcool e drogas no país e melhorar o atendimento de pacientes com transtornos mentais. A medida habilitou 73 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), criou incentivo financeiro para internações curtas (até 20 dias) de pacientes em crise e aumentou em até 31,85% o valor das diárias pagas por paciente internado em hospitais psiquiátricos gerais.

Nova portaria publicada em novembro reforçou as ações do Plano Emergencial de Ampliação do Acesso para Tratamento de Álcool e Drogas (PEAD), lançado em junho, que detalha as metas e investimentos para expansão dos CAPS e leitos de internação psiquiátrica em todo o país, num total de R$ 117 milhões em investimentos. Somadas, essas duas medidas chegam a R$ 215 milhões em recursos exclusivos para o atendimento a dependentes de álcool e drogas. 

“A campanha faz parte de um conjunto de medidas tomadas antes da expansão do crack no país. O Ministério assume o protagonismo do combate à droga, entendendo que o problema ultrapassa a esfera da saúde”, explicou José Luiz Telles, diretor do Dapes (Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas) do Ministério da Saúde. “É uma postura crítica frente ao tema. A droga é barata; por isso, atinge principalmente os jovens das camadas mais baixas. Mas não se enganem, qualquer jovem é considerado um usuário em potencial, disse. 

Nestes sete anos, a cobertura oferecida pelo SUS na área de Saúde Mental aumentou de 21% para 60% da população, considerando o parâmetro de 1 CAPS para cada 100 mil habitantes. Hoje, o país tem 1.467 CAPS em funcionamento, o que representa um aumento de 246% em relação a 2002.

Os leitos psiquiátricos em hospitais, que servem para internações de curta duração para desintoxicação, também estão sendo ampliados. As medidas anunciadas este ano prevêem 2.325 novos leitos de referência para tratamento de álcool e drogas em hospitais gerais.
REDE E ATENDIMENTO - A Política Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde oferece, além dos CAPS e leitos para internação, outros programas voltados aos dependentes de álcool e drogas. São eles:
• Casas de passagem: moradia transitória para pacientes que iniciaram o tratamento para dependência, mas necessitam de um espaço protegido para viverem durante um período limitado. Estão em funcionamento em alguns municípios, com previsão de ampliação em 2010.
• Consultórios de Rua: formado por uma equipe de psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais para atender principalmente pessoas que moram na rua e que não costumam freqüentar os serviços de saúde. Nesta semana, o Ministério anunciou investimento de R$ 700 mil reais para apoio a Consultórios de Rua em 14 municípios brasileiros.
• Articulação saúde, arte, cultura e geração de renda: parceria importante estabelecida foi feita entre os ministérios da Saúde, da Cultura e do Ministério do Trabalho e Emprego. Até o momento, o MS apoiou 342 iniciativas;
• Centros de Convivência e Cultura: oferecem, especialmente aos usuários da saúde mental, espaços de sociabilidade, educação, produção cultural, sustentação das diferenças e intervenção na cidade. Existem 52 em funcionamento no país.
• Núcleos de Apoio à Saúde da Família: atualmente, 739 NASFs estão implantados no país, com 1.344 profissionais de saúde mental – assistentes sociais (478), psicólogos (602), médicos psiquiatras (76) e terapeutas ocupacionais (188).

O CRACK - Os dados mais recentes sobre o consumo do crack no país estão disponíveis pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). Segundo pesquisa divulgada em 2005, 0,1% da população consome a droga. O Ministério da Saúde financia uma pesquisa inédita que vai mapear o perfil dos usuários da droga no Rio de Janeiro, em Macaé e em Salvador. Outro estudo vai avaliar as intervenções de tratamento de usuários de álcool e drogas no SUS, especialmente nos Consultórios de Rua (em 14 municípios). 

A droga é derivada das sobras do refino da cocaína e geralmente é vendida em pedras. Nenhuma outra substância ilícita vendida no país tem semelhante poder de dependência. Apesar de ser menos consumida que outras substâncias, como álcool, tabaco, maconha e cocaína, os danos causados por ela são tão graves que produzem a impressão de que o número de usuários é bem maior.

A droga surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. O primeiro relato de uso no Brasil data de 1989. Desde então, o consumo da substância vem crescendo, principalmente nos últimos cinco anos. Um dos motivos é que o território brasileiro serve de rota para o tráfico internacional. A situação de vulnerabilidade social de muitos jovens e de moradores de rua, como a falta de moradia, também contribui para a disseminação da droga. Embora a substância seja consumida predominantemente por essa parcela da população, qualquer pessoa pode se tornar um usuário dela.

Os consumidores de crack são expostos a riscos sociais e a diversas formas de violência. Geralmente, quando os efeitos da droga diminuem no organismo da pessoa, ela sente sintomas de depressão e tem sensação de perseguição. Outros sintomas comuns são desnutrição, rachadura nos lábios, sangramento na gengiva e corrosão dos dentes; tosse, lesões respiratórias e maior risco para contrair o vírus HIV e hepatites.


Fonte: Ministério da Saúde.



Rev. Ielves Camilo – JUIZ TEM/GOPE-GOB.

ANO: XIII/2010.

Aumenta o Consumo do Crak e está Chegando um Droga mais Poderosa.



Droga mais poderosa que o crack pode chegar ao Brasil

O abuso de drogas psicotrópicas sintéticas é um fato na Europa e nos EUA. O Brasil, um país pouco “inovador” nessa área, tem seguido, com um certo atraso, as tendências de abuso de drogas que ocorrem nessas regiões, tanto que o ecstasy, embora já utilizado desde 1980 nos EUA, somente agora começa a ter adeptos brasileiros.

Porém, dentro dessa característica, destaca-se o consumo de metanfetamina (MT), um derivado da anfetamina. Introduzida na terapêutica em 1930 como descongestionante nasal, tornou-se uma droga largamente utilizada provocando várias “epidemias” de consumo no mundo devido a suas propriedades euforizantes, assim como suas ações em diminuir o apetite e o sono e aumentar o desempenho físico e intelectual. Um exemplo deu-se na Segunda Guerra Mundial, quando foi consumida por soldados alemães, ingleses e americanos para eliminar o cansaço e manter o vigor físico e a vigília. O Brasil não passou impune por essa onda, e, na década de 60, a MT era aqui vendida na forma de um medicamento de nome Pervitinâ, muito apreciado por jovens que dele faziam uso para aumentar sua capacidade produtiva.

Em pouco tempo, o Pervitinâ passou a sofrer abuso, originando vários casos de dependência descritos na literatura científica brasileira. Devido aos problemas causados, a MT foi banida no Brasil e em vários países da Europa, assim como nos USA. Porém, ela retornou ao cenário muito mais poderosa que anteriormente. Passou a ser fumada, da mesma forma como é feito com o crack, e conhecida, por essa via, como ice, chalk, speed, meth, glass, crystal etc. Por essa rota de administração, produz efeitos prazerosos intensos como: imensa euforia; aumento do estado de alerta, da auto-estima, da sexualidade; e diminuição da fome, do cansaço e da necessidade de dormir. Esses efeitos parecem ser desejáveis e controláveis, mas a droga tem um enorme potencial de dependência, e a “fissura” instala-se rapidamente. É comum o usuário que faz uso compulsivo apresentar: comportamento estereotipado, caracterizado por uma hiperatividade com desenvolvimento repetitivo, por horas, de certas atividades sem significado, às vezes acompanhada de ranger de dentes; síndrome coreica, com movimentos involuntários convulsivos, principalmente dos membros superiores, combinados a movimentos faciais assimétricos; confusão e delírios, e um progressivo estado psicótico indistinguível de esquizofrenia também se desenvolve com o uso crônico. Esses sintomas psicóticos podem persistir por meses ou anos, após o uso da droga ter cessado.

O uso crônico de MT também pode levar ao desenvolvimento de comportamento violento, caracterizado por ser bem mais intenso do que aquele observado com o uso do crack, em resposta aos delírios paranóides, expondo o usuário a situações de risco de vida. Nesses casos, é nítida a alteração da personalidade com irritabilidade e desconfiança de tudo e de todos. Com uso mais freqüente e prolongado, desenvolve-se a tolerância à sua ação euforizante; no entanto, o aumento crescente das doses produz um crescimento progressivo em seus efeitos comportamentais, como atividade locomotora, e também um aumento da ansiedade e da paranóia. Esse fenômeno é chamado de sensibilização e pode persistir por muito tempo, mesmo após a interrupção da droga.

O usuário de ice caracteriza-se por fazer uso da droga por horas ininterruptas ou mesmo dias, seguido por um período de parada, durante o qual sente extrema fadiga, exaustão, desorganização de idéias, hipersonolência, depressão e fissura, além de uma progressiva deterioração social e ocupacional. Problemas cardiovasculares são observados como: taquicardia, aumento da pressão arterial, podendo causar acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio, ambos com risco de morte.

Os efeitos da abstinência da droga são prolongados, iniciados, numa primeira fase que pode durar de 2-6 horas, por depressão, isolamento, hiperfagia, agitação, ansiedade e desejo imenso de dormir. Quando finalmente o usuário consegue dormir, assim permanece por 24-36 horas ininterruptas. O desaparecimento desses sintomas pode levar dias ou semanas, com freqüentes períodos de depressão, sonhos vívidos e “ fissura” pela droga.

A MT exerce seus efeitos indiretamente por elevar agudamente as quantidades de dopamina, noradrenalina e serotonina na fenda sináptica, aumentando a neurotransmissão monoaminérgica. O aumento da dopamina no sistema mesolímbico possivelmente é a origem das bases farmacológicas das propriedades reforçadoras da droga. Esse aumento das monoaminas na fenda sináptica dá-se por três mecanismos principais: bloqueia a recaptação das monoaminas, ligando-se às proteínas transportadoras desses neurotransmissores; promove a liberação desses neurotransmissores das vesículas armazenadoras localizadas nos terminais axônicos; e inibe a MAO, enzima que metaboliza as monoaminas. Estudos recentes em animais têm sugerido que a MT pode degenerar tanto neurônios dopaminérgicos quanto serotoninérgicos. Permanece para ser determinado se humanos expostos à MT também apresentam essa neurotoxicidade cerebral e quais as conseqüências funcionais dessa toxicidade. Além disso, a droga pode afetar as estruturas termorregulatórias do sistema nervoso central, podendo predispor os usuários à hipertermia.

Comparando-se os mecanismos de ação da MT e da cocaína, sabe-se que ambas bloqueiam a recaptação das monoaminas. Entretanto, o mecanismo íntimo desse bloqueio difere entre as duas drogas. De fato, a MT é capaz de ocupar o mesmo sítio que a dopamina na proteína transportadora localizada na membrana pré-sináptica. Já a cocaína age em outro sítio dessa proteína e, ao ocupá-lo, produz uma deformação alostérica do sítio da monoamina, impedindo, assim, a recaptação da dopamina.

A MT, quando comparada à cocaína, exibe diferenças em várias áreas que incluem duração de efeito, freqüência do consumo e duração do efeito compulsivo de repetir a droga. Por exemplo, a MT, dependendo da via de administração, varia de 4-8 horas, enquanto o efeito da cocaína é somente de 10-30 minutos. O crack (cocaína fumada) necessita ser consumido a cada 10-15 minutos, mas uma nova dose da MT, devido aos seus efeitos mais duradouros, só é necessária após horas. A duração média de um uso ininterrupto de crack é de 12 horas, porém, para o usuário de MT, é o dobro: 24 horas. O padrão de uso do ice é de 100-250 mg a cada 4-6 horas, por um período de 24-48 horas.

O ice ainda não foi detectado no Brasil, embora a MT tenha tido um papel importante nas décadas de 50 a 60 como droga de abuso. A sua detecção, como contaminante em comprimidos de Ecstasy comercializados no Brasil, demonstra que uma nova epidemia de consumo não está descartada. Porém, fica a pergunta ainda sem resposta: Por que o Ice ainda não despertou o interesse do consumidor brasileiro de drogas? Considerando todas as suas propriedades e seus efeitos de estimulante do sistema nervoso central, seria um forte concorrente do crack. Portanto, as autoridades brasileiras de saúde pública deveriam estar atentas para essa possibilidade.

Fonte: UNIFESP.



PROGRAMA MAÇONARIA CONTRA AS DROGAS-GOPE/GOB.

Rev. Ielves Camilo -Juiz TEM/GOPE-GOB
ANO: XIII/2010.